Em Vitória, acontecerá a Marcha das Mulheres no dia 06 de Março (sexta-feira), a partir das 15 horas, com concentração em frente à Casa Porto das Artes Plásticas e Defensoria Pública, na Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro.
De lá, sairão em caminhada pelas ruas do centro da cidade até o Museu do Negro – MUCANE.
Em março, celebramos o Dia Internacional da Mulher – 08/03, data que simboliza a luta das mulheres por igualdade de direitos e contra todas as formas de opressão e violência.
É o momento para reafirmarmos a luta contra o feminicídio que, diariamente, de forma violenta e covarde, tira a vida de centenas mulheres, pelo simples fato de ser mulher.
É uma data para denunciar a desigualdade de gênero que faz com que as mulheres recebam salários menores que o dos homens, mesmo ocupando o mesmo cargo e exercendo as mesmas atividades.
É mais uma oportunidade para protestar contra a violência física, moral e psicológica que as mulheres sofrem todos os dias.
São vítimas de estupros, violência doméstica, assédio sexual e assédio moral. São desrespeitadas em casa, nas ruas, no trabalho, e ainda são ofendidas e ridicularizadas pelas maiores autoridades do país.
Fundeb
Março é o mês para intensificar as lutas contra as medidas que retiram direitos e afetam a vida das trabalhadoras, donas de casa, mulheres negras, índigenas, mulheres trans, lésbicas e quilombolas.
Neste ano, em especial, é o momento para as mulheres se unirem na defesa do Novo Fundeb, cuja lei está em tramitação no Congresso Nacional.
Responsável pelo financiamento da Educação Básica no país, o Fundo precisa ser renovado neste ano e com mais recursos do governo federal para garantir o funcionamento das escolas em milhares de municípios que dependem dessa verba.
Caso contrário, não haverá dinheiro para o salário dos/as professores/as e demais trabalhadores/as nem para manter as estruturas física e pedagógica das escolas.
Sem Fundeb, os prejuízos serão enormes, pois a qualidade do ensino ficará comprometida e escolas poderão até fechar, prejudicando ainda mais a vida das mulheres, educadoras, mães, e dos seus/suas filhos/filhas que estudam em escolas públicas.
Histórico
O 8 de março – Dia Internacional da Mulher é celebrado na maioria dos países do mundo. Entretanto, um longo caminho foi percorrido até que essa data surgisse.
Nesse caminho, a data – que surgiu com espírito e iniciativa sindicalista – evoluiu, mudou de dia e perdeu a palavra trabalhadora do seu título.
O 8 de março foi oficializado pela ONU em 1975 como data em que reivindica-se a igualdade completa de direitos.
A ideia de um dia internacional da mulher surgiu no final do século XIX, mas foram diferentes fatos no século XX que derivaram para a celebração que conhecemos hoje.
Um deles, talvez o mais simbólico, mas não o único, ocorreu em 25 de março de 1911, quando 149 pessoas, a maioria mulheres, morreram no incêndio da fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York.
O incidente revelou as penosas condições nas quais trabalhavam as mulheres, muitas delas imigrantes e muito pobres.
Não foi um fato isolado – três anos antes, houve outro incêndio em circunstâncias similares, mas foi a tragédia de 1911 que suscitou grandes mobilizações e marcou no calendário uma data que já havia começado a ser celebrada dois anos antes, também em Nova York, onde as Mulheres Socialistas, seguindo uma orientação partidária, havia comemorado pela primeira vez o Dia Nacional da Mulher.
Foi em 28 de fevereiro de 1909, e mais de 15.000 mulheres saíram às ruas para reivindicar melhores salários, redução da jornada de trabalho e direito ao voto.
Em 1910, a Internacional Socialista proclamou o Dia Internacional da Mulher para reivindicar o sufrágio feminino, a não discriminação trabalhista, o acesso à educação e outros direitos fundamentais.
A conferência não decidiu um dia concreto, mas foi decisiva: a data começou a ser comemorada no ano seguinte. Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça o celebraram em 19 de março, com comícios dos quais participaram mais de um milhão de pessoas, a imensa maioria mulheres.
Dos Estados Unidos e Europa Central, essa data combativa começou a se espalhar para outras regiões. Em fevereiro de 1913, as mulheres russas celebraram o Dia Internacional da Mulher, que em outros países começava a ser fixado em 8 de março.
Quatro anos depois, em 1917, como reação à morte de mais de dois milhões de soldados na guerra, as russas convocaram uma greve para o último domingo de fevereiro.
Os protestos e manifestações que tiveram início naquele 23 de fevereiro – 8 de março no calendário gregoriano usado em outros países – conduziram a uma mobilização geral que provocou a abdicação do czar e a nomeação de um Governo provisório que lhes concedeu o direito ao voto.
Com o passar dos anos, foram se incorporando outros países – a China, em 1922, por exemplo – e mulheres de todo tipo de realidade, até que o 8 de março se tornou um momento de confluência para reivindicar a igualdade de direitos para todas e recordar que ela ainda não foi alcançada. Fonte: site El País