SINDIUPES
Em 1989, no Congresso Estadual, em Guarapari, acontece como resultado dessa luta a unificação da Upes com a Associação dos Orientadores Educacionais (AOEC) e dos Supervisores Escolares (Assec), em 1989, e a transformação da UPES em sindicato. Estava fundado o SINDIUPES.
Tendo como principal bandeira de luta o lema “Em defesa da escola pública gratuita e para todos” foi eleita a nova direção do SINDIUPES, em 1991, tendo seu presidente o professor Arthur Sérgio Rangel Viana. Este mandato foi singular. Por dois anos seguidos o Sindicato teve sérios enfrentamentos com o governo estadual, então administrado pelo governador Albuíno Azeredo.
Duas longas greves foram realizadas. Na segunda paralisação, Albuíno Azeredo, tentando desqualificar o movimento, ficou 40 dias sem receber os dirigentes do magistério, sob alegação de que não eram os representantes legítimos da categoria. O governo queria eleger como interlocutores do magistério os diretores de escola, naquele momento eleitos pelo voto direto, uma das principais conquistas do magistério. Com essa greve, o magistério conquistou ganho real de salários e quase atingindo sua meta de um piso salarial – piso do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – proporcional à jornada semanal de trabalho.
Nesse período, essa ação travada entre o Sindiupes e o governo espelhava também a luta de outras entidades de servidores públicos estaduais. Seis entidades: Sindiupes, Sindipúblicos, Sindifiscal, Sindipol, Siseadas e Sindisaúde, que representavam 95% dos servidores estaduais, passaram a trabalhar conjuntamente na elaboração de saídas para os problemas comuns. E assim foi criada a Intersindical dos Servidores Públicos Estaduais.
Ao final do governo Albuíno, o cenário econômico, político e social se altera substancialmente com o Plano Real e a reorganização do capitalismo através da política neoliberal em que vemos o Brasil ser submetido.
Em 1995, quando do segundo mandato de Arthur Viana, assume o governo estadual Vitor Buaiz, eleito com o projeto democrático e popular, trazendo esperança também para o magistério de que educação pública teria, enfim, vez. Porém, nos primeiros meses de governo ocorre o abandono deste projeto e as relações privilegiadas com os empresários se intensificam.
O funcionalismo público é apresentado à população como o causador da crise do estado. O movimento dos professores, que em um primeiro momento recuou, retoma junto à Intersindical as paralisações e tentativas de paralisações.
Em 1997, uma chapa única, encabeçada pela professora Maria Aparecida Figueiredo Louzada busca manter o ritmo de resistência da categoria aos projetos que se somam de desmonte da educação pública. Nesse período, acontece uma intervenção judicial no Sindiupes, que afasta a diretoria e indica uma junta governativa para administrá-lo. É nesse período que o secretário de Educação consegue aprovar nove projetos na Assembleia Legislativa, dentre eles o da criação das Organizações Sociais, baseadas na visão do ministro Bresser Pereira, abrindo as portas à iniciativa privada.