Como parte das ações de valorização e formação continuada, cerca de 400 profissionais de educação de Norte a Sul do Estado, entre outros participantes, prestigiaram a abertura do 4º Webinário do SINDIUPES, tendo como tema Cidadania LGBTQIA+ na Educação Pública e na Sociedade.
A primeira aula simultânea aconteceu no dia 26/03 com a participação de especialistas do Espírito Santo e de outros estados que promoveram importantes reflexões acerca da luta pelos direitos de pessoas LGBTQIA+ e do papel fundamental da escola no combate aos preconceitos por meio de uma Educação Inclusiva.
Coordenado pelo professor Tiago Mello, diretor da Secretaria de Promoção dos Direitos da Pessoa LGBTI+ do SINDIUPES, o evento contou com saudações iniciais de Mirna Danuza Fonseca, também diretora da Secretaria de Promoção dos Direitos da Pessoa LGBTI+ e de Walmir Siqueira, coordenador do Coletivo LGBTQIA+ da CUT-Central Única dos Trabalhadores.
Exposições
As exposições centrais deram ênfase à urgência de uma educação pública, democrática, plural, inclusiva, antirracista e antiLGBTfóbica, bem como a atuação das entidades sindicais na defesa e inclusão do/a trabalhador/a LGBTQIA+.
Secretário de Direitos Humanos da CNTE e Diretor Executivo do SINDIUPES, Christovam Mendonça, abordou a conjuntura nacional e os retrocessos no direitos LGBTQIA+.
“No contexto do atual governo deixamos de avançar porque houve um congelamento das políticas de inclusão, acompanhado por um discurso de ódio que legitima o preconceito e a violência. Nessa linha, a escola como instrumento ideológico do Estado torna-se uma escola excludente. Portanto, a nossa luta deve ser por uma sociedade democrática que acolha a diversidade e por uma escola plural, inclusiva, e aberta às diferenças. E o primeiro passo para nos tornamos pessoas inclusivas é reconhecer a exclusão do outro”.
“Por que ainda rejeitamos direitos básicos de pessoas LGBTQIA+, a exemplo do nome social?”, questionou Adriana Salles, mulher travesti, professora na Rede Estadual de Mato Grosso, Mestre em Educação, Doutora em Psicologia e diretora da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais(ANTRA).
Adriana discorreu sobre as violências no mercado de trabalho, espaços públicos, escola, família e igreja e apontou alguns caminhos para combater essa triste realidade: “Como profissionais da educação, o nosso papel é reafirmar a escola para todos com equidade de currículo, de acesso e permanência. Precisamos ainda ampliar essa pauta para o movimento sindical porque, enquanto instrumento de articulação, o Sindicato pode ecoar esse debate e dar visibilidade a essas vozes socialmente excluídas”.
Professor de Sociologia na Rede Estadual do Espírito Santo e especialista em Direitos Humanos, Rodrigo Bravin apresentou relatos a partir do seu cotidiano de trabalho e da pesquisa no Programa de Doutorado em Educação na UFES, confirmando a exclusão e invisibilidade de travestis e transexuais no ambiente escolar, além de ressaltar a importância de uma luta mais ampla e qualificada.
“É preciso continuar promovendo as grandes lutas, mas principalmente disputar o currículo no cotidiano da escola, produzir transgressões, mobilizar os afetos e ocupar os espaços decisórios, além de denunciar o mundo desumanizado e anunciar a humanização”.
Segunda etapa
Com carga horária de 60 horas, o 4º Webinário terá uma segunda aula simultânea no dia 07 de maio, além de atividades complementares no período de 26 de abril a 20 de junho.
Quem tiver interesse, ainda dá tempo para se inscrever e participar.
Para isso, os/as profissionais em educação, filiados/as, devem fazer o seu cadastro previamente por meio da Plataforma Digital do SINDIUPES, obedecendo o prazo mínimo de 7 dias para a verificação dos dados e seguindo todos os protocolos necessários para garantir segurança ao sistema e à realização do evento.
Todas as orientações serão encaminhadas via e-mail e, ao final da formação, os/as participantes receberão certificado e um kit com publicações e o material completo do Webinário.
A organização é da Secretaria de Promoção dos Direitos da Pessoa LGBTI+ e do Coletivo Estadual de Diversidade Sexual-LGBTI+ do Sindicato.