Trabalhar, trabalhar! Lutar, Lutar! Não há outro caminho para resistir à destruição da Previdência Social, a PEC 06/2019, enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional, sem qualquer discussão com a sociedade.
A proposta de Reforma é parte de um projeto que reflete, exclusivamente, os interesses de setores privilegiados (banqueiros, rentistas, grandes empresários), representa um ajuste fiscal e quem vai pagar a conta é o/a trabalhador/a, como avaliam os palestrantes do Seminário sobre Reforma da Previdência realizado pelo SINDIUPES, em Vitória, nesta terça-feira (23).
O evento aconteceu no Auditório do Comfort Suítes Hotel, na Praia do Canto, com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e Frente Brasil Popular.
Professores/as, funcionários/as de escolas de várias regiões do Estado, representantes de entidades dos movimentos sociais e dirigentes sindicais lotaram o auditório para debater as consequências da reforma para os/as trabalhadores/as em educação e para a sociedade como um todo, caso o projeto seja aprovado no Congresso.
Abertura
Com a coordenação do Secretário de Formação do SINDIUPES, Christovam Mendonça, a mesa de abertura do evento contou com a presença de Silvana Cruz, vice-presidente da CTB, Jasseir Fernandes, presidente da CUT e João Coser, presidente do PT/ES.
Os/as dirigentes elogiaram a iniciativa do SINDIUPES e seu comprometimento com as lutas sociais e, ainda, destacaram a necessidade de mobilização de toda a classe trabalhadora contra essa proposta de Reforma.
Representaram a Diretoria Colegiada do SINDIUPES, as diretoras Dorzília Vaz e Noêmia Simonassi, que reforçaram a importância da classe trabalhadora se unir e resistir a esse projeto de Reforma que visa, tão somente, retirar direitos conquistados em décadas de lutas, além de reduzir benefícios e impedir o acesso de grande parte dos/as trabalhadores/as a uma aposentadoria digna.
Palestras
O Seminário teve a participação do palestrante Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência Social nos governos de Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Servidor efetivo do INSS-Instituto Nacional de Seguridade Social, Gabas abordou o tema “O desmonte da Previdência amplia as desigualdades”.
O debate contou também com a presença do sociólogo e professor universitário Clemente Gaz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em sua exposição, ele abordou a “Previdência Social em tempos de mudanças radicais no mundo do trabalho”.
Educadores
Professora da rede pública de Santa Catarina e diretora de Formação da CNTE, Marta Vanelli falou sobre “Os profissionais da educação e as mulheres na Reforma da Previdência”.
Vanelli enfatizou que, com a reforma, não haverá mais diferenciação em relação à idade mínima como na regra atual – 50 anos/mulheres e 55 homens -, pois de acordo com a proposta a idade mínima para aposentadoria no magistério será de 60 anos, tanto para homens quanto para mulheres.
É um projeto com graves consequências para a categoria que é formada, em sua maioria, por mulheres. As professoras terão que trabalhar mais 10 anos em sala de aula para se aposentar, e para receber o valor integral serão necessários 40 anos de contribuição para todos os/as profissionais da educação.
Marta Vanelli chamou a atenção dos/as profissionais para promoverem debates nas escolas com pais, mães e estudantes, mostrando os prejuízos com a PEC 06, e convocou para a mobilização em preparação à greve Nacional da Educação marcada para o dia 15 de maio rumo à Greve Geral a ser organizada pelas Centrais Sindicais no mês de junho.
Carlos Gabas – arquivo 1 | Arquivo 2
Clemente Ganz – Arquivo 1 | Arquivo 2
Marta Vanelli – Arquivo 1