“Ninguém solta a mão de ninguém” é o tema da campanha da CNTE pelo Dia Nacional e Internacional de Luta Contra a LGBTIfobia – 17 de maio. A data comemorativa foi instituída quando a Organização das Nações Unidas (ONU) retirou, em 1990, a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID).
A CNTE e o SINDIUPES defendem a formação de pessoas comprometidas com a cidadania e o respeito às diferenças e vem trabalhando para construir uma escola sem LGBTIfobia.
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Imagem
Após a apuração das urnas confirmar Jair Bolsonaro como presidente do Brasil, uma imagem viralizou nas redes – duas mãos entrelaçadas com uma flor ao centro com a frase “Ninguém solta a mão de ninguém”.
A autora da imagem, a tatuadora mineira Thereza Nardelli, sintetizou o sentimento de solidariedade que brotou entre brasileiros – especialmente por parte da população LGBT, negra, feminina e indígena – diante das incertezas com o futuro do país.
A jornalista Lourdes Nassif conta que essa frase era dita nos barracos improvisados onde funcionava o Curso de Ciências Sociais da USP, nos Anos de Chumbo.
De noite, quando as luzes das salas de aula eram repentinamente apagadas, os estudantes buscavam as mãos uns dos outros e se agarravam ao pilar mais próximo.
Depois, quando as luzes acendiam, faziam uma chamada entre eles. Muitas vezes acontecia de um colega não responder, pois já não estava mais lá.
Resistência
A frase se tornou um símbolo de força e resistência às declarações e atitudes homofóbicas, racistas, misóginas e cruéis que marcaram a trajetória de Bolsonaro até a presidência.
“Na atual conjuntura, segurar a mão de outro é acolher a si próprio; pois nesse desgoverno estamos todos e todas ameaçados! Olhar com carinho e respeito, amar e proteger são essenciais nesse momento de total ausência dos elementos fundamentais da democracia!”, destaca o secretário de direitos humanos da CNTE e diretor do SINDIUPES, Christovam de Mendonça Filho.
Em 2019, a CNTE e o SINDIUPES vão manter a luta por uma escola pública, laica, democrática, de qualidade e livre de LGBTIfobia! Para ampliar o alcance dessa campanha, a Confederação lançou um cartaz e um jornal mural com dicas de leitura e as principais notícias sobre o tema, material que está disponível gratuitamente para divulgação.
Coletivo
Criado em 2013, o Coletivo Estadual de Diversidade Sexual-SINDIUPES colabora e apoia a luta pela inclusão e pelos direitos de pessoas LGBTI, além de cobrar do poder público e discutir com a sociedade ações para a construção de uma escola inclusiva com respeito às diferenças.
Nesse sentido, o Coletivo tem implementado diversos projetos, nesses últimos anos. Entre as ações, destacam-se: os Seminários de Educação e Diversidade Sexual, direcionados aos profissionais da Educação, e a Campanha do Nome Social nas Escolas Públicas, abrindo o debate sobre o uso do nome social como instrumento pedagógico de inclusão, acesso, permanência e efetivação de direitos.
Na avaliação do coordenador do Coletivo de Diversidade Sexual do SINDIUPES, Tiago Mello, “na maior parte de nosso país e em nosso Estado não há políticas públicas direcionadas às pessoas LGBTI. A conjuntura política nacional e internacional demonstra uma total ausência de comprometimento dos gestores públicos e chefes de estado com as causas dos direitos humanos desse grupo. Isso exige maior mobilização da sociedade civil organizada, especialmente do movimento sindical, para garantir respeito e cidadania a esse segmento“.
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